terça-feira, 22 de março de 2011

História - As cidades e a burguesia

AS CIDADES E A BURGUESIA

Até o século XI, as cidades medievais estavam reduzidas às funções religiosas ou administrativas, abrigando apenas a residência de um bispo ou de um rei. A intensificação da vida agrícola e comercial no Ocidente estimulou o seu crescimento e trouxe o aparecimento de novos centros urbanos, localizados ao longo das principais rotas comerciais da Itália, da Alemanha, dos Países-Baixos e da França. Burgos e Comunas

Nos períodos do ano em que as estradas se tornavam intransitáveis devido à chuva ou à neve, os mercadores procuravam parar no cruzamento de grandes rotas em portos fluviais ou marítimos, ou junto a uma antiga cidade ou castelo fortificado. Essa permanência logo fazia surgir um bairro mercantil ou manufatureiro – o burgo - ao lado do castelo feudal ou da catedral. A principio, o burgo era apenas "um emaranhado de vielas, cloacas e pocilgas", espremido entre muralhas e portões que se fechavam à noite.

Nele concentravam-se mercadores e artesãos dos diversos ofícios, o que incentivava as trocas com as aldeias dos camponeses visto que os centros urbanos necessitavam de matérias primas e de alimentos. Os burgos, nascidos próximos aos domínios castelos ou catedrais, não tardaram em procurar se libertar do jugo dos senhores feudais, obtendo sua autonomia através da compra da Carta de Franquia, mediante uma indenização paga ao conde ou barão, ou pela guerra.

Surgia assim à comuna no inicio baseada em princípios de lealdade e igualdade entre seus habitantes, o que estabelecia sensível contraste com a sociedade rural, em que prevalecia a rígida hierarquia social entre senhores e servos. As comunas contavam com milícias próprias e o governo era exercido pela burguesia, independentemente dos senhores feudais.

As cidades aumentaram aos poucos sua penetração no campo, incentivando o desbravamento de novas terras de cultivo em torno delas e atraindo camponeses e artesãos, além de elementos da nobreza e de monges fugidos dos mosteiros. Para os camponeses, a cidade significava a liberdade, pois a servidão não existia no solo urbano; dai afirmar-se na época que "o ar das cidades liberta".

De um simples local de trocas, um mercado, as cidades foram se transformando em centros manufatureiros especializados no artesanato de lã, linho, tapetes, couraças, elmos, vestuário, vitrais para as catedrais, etc. As regiões mais fortemente urbanizadas eram as liga das às grandes rotas comerciais da Europa Medieval e localizadas em zonas de grande produção agrícola. As cidades italianas, além de desenvolverem o comércio inter nacional de artigos de luxo, criaram uma forte indústria têxtil e naval (trabalhos em madeira para cascos, mastros, velas, cordames), alem da ourivesaria, de atividades bancárias e de seguros marítimos. Na região de Flandres desenvolveu---e um importante centro têxtil, destacando-se as cidades de Gand Bruges Ypres, etc.

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